"Manisfesto"


Exposição de Arnaldo Macedo e Kaiser, na Galeria Vieira Portuense, de 12 de Janeiro a 3 de Fevereiro de 2019

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

10. “As Mãos-macieiras”

Acrílico s/tela
500,00€


Autor: ARNALDO MACEDO



Os peixes carregados de sal pelo tédio nadam na terra seca como um rebanho de ovelhas em direção ao relógio do tempo que afunda-se nas areias de conchas adormecidas… As Mãos-macieiras apontam o caminho da luminosidade limpa, com sombras de almas de maçãs aladas. Mas o vento que desliza traz um eco, mas os peixes são surdos e mudos, e só conseguem ouvir a eles e seus semelhantes …

@Arnaldo Macedo 

9. "Hot winter"

Acrílico sobre tela, acrílico sobre papel, colagem/ 30x70cm


Autor: KAISER


"Hot winter"
Em “Petúlia”,filme de Richard Lester, de 1963, Archie toma um copo com o seu amigo num bar, onde uma das funcionárias atende em topless, como todas as outras, mas usando uma gabardine transparente. A opacidade dos corpos inutilizou a perspicuidade da gabardine. Assim, revelo, em plano central, os objectos da minha fantasia, marginalizando os corpos que os prejudicam quando os vestem e lhes retiram a sua limpidez e clareza, anulando-os naquilo que mais os distingue: nada escondem. Só é quente para quem não vê como eu… ou para quem vê como eu.


8. “Estou com um olhar de pedra gelada”



Autor: ARNALDO MACEDO


"Estou com um olhar de pedra gelada"
Doí-me as feridas aplicadas pelo ponteiro do tempo, que me consome em pedaços…
Tenho a alma a sobressaltar de esquecimento.
Perdi tudo o que senti….
Constantes visões fantasmagóricas perseguem-me…
Tenho a sensação de ser uns blocos de uma estátua estática…
Que no silêncio da minha sombra, ouço o gritar de uma maçã alada…
Mas eu não entendo o que diz!..
Ah, maldita minha loucura…
Que pões a cabeça com tanta indiferença
Que nem tão pouco acredito, que Eu, Sou Eu….

E estou com horror de existir…

7. "Ode a Dada"

Acrílico sobre tela, acrílico sobre papel, raspagem, colagem/ 40x80cm


Autor: KAISER

"Ode a Dada"
O primeiro quadro-poema do mundo como homenagem ao movimento dadaísta. Tristan Tzara, com Hugo Ball, liderou o primeiro grupo dadaísta em Zurique, em 1915. Transgressor e provocador, criou a receita perfeita para a realização do mais belo e supremo poema. Podem não compreender o poema dadaísta ou este quadro-poema dadaísta, mas eles representam a mais bela manifestação do inconsciente criador. Rostos de Tristan Tzara, Max Ernst, Man Ray, Marcel Duchamp, que se destacaram dadaisticamente em áreas diferentes da arte, surgem divididos (metade coloridos, metade a preto e branco). Retirados ao acaso, como mandam as regras expostas na receita para fazer um quadro dadaísta, foram colados de acordo com a ordem de saída. A colorização de metade dos rostos denuncia o percurso dadaísta como manifestação artística: o princípio de muitos outros movimentos. A tabela periódica está presente com alguns dos seus elementos/materiais de transicção. A desarmonia dos meios-rostos aleatoriamente colados permite transportar-nos para hipóteses de concretização atrevidas e dilacerantes. Este é o primeiro quadro-poema dadaísta sem ser dadaísta e sem nunca ter sido pensado pelos dadaístas. Isto é anarte.

6. “Que morra o piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii”



Autor: ARNALDO MACEDO


"Que morra o piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii"

E eu digo fodam-se os pseudointelectuais
Que se fodam os intitulados de engenheiros, arquitetos, professores, doutores, padres, poetas e pintores….
Que se fodam os críticos…
Quero que se foda o ser reconhecido como ser humano…
Eu não sou nada!…
Eu. Se sou um Eu, sou um animal em estado bruto, sem predicados….
Sim! Um Animal! Com uma estrutura de esqueleto, um coração que bombeia o sangue para outros órgãos através das artérias e das veias….Mas eu nem tão pouco sei se Eu sou um Eu…
Gostava de ser Alma, unicamente Alma, como uma maçã voadora, que voa, voa… sem obedecer a sinais, sem fixar-me nesta moldura, que estas criaturas, que dizem seres humanos, criaram…
Que morra o piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
Eu digo fodam-se…… 
@Arnaldo Macedo  

5. “Sandra"

Acrílico sobre tela e colagem/ 90x50cm


Autor: KAISER

"Sandra"

Sandra… é a força natural da mulher na sociedade actual. O feminismo proclama a igualdade, a feminilidade de Sandra proclama a superioridade da formação no ensino superior e da vantagem em andar de fato de banho. Em sintonia com a revista Happy, as cores da imagem espalham-se pelo corpo superior da Sandra, tornando-a única, uma estrela pop-art. O pormenor que a distingue nem sempre é perceptível, mas é aquela mala da Furla, com cores que se insinuam na transparência do material que a torna única. Sempre disse que, quando morrer, não quero ser enclausurado numa caixa de madeira com interior almofadado. Quero ser enterrado numa mala Furla feita de propósito para mim. Que o meu caixão seja transparente, seja uma mala Furla e que um helicóptero a suspenda pelas alças e me deposite na minha cova perene.

4. “The Nature- Cannabis na Terra e Pintarolas no Céu...”



Autor: ARNALDO MACEDO

3. “A cabeça mecânica de Raoul Hausmann"

Acrílico sobre tela, acrílico sobre papel, raspagem, colagem/ 40x50cm


Autor: KAISER



"A cabeça mecânica de Raoul Hausman I e II"

Ligar, interligar, conectar, aproximar, relacionar. Quando surge uma ideia, ela imediatamente se complementa com outras que começam a aparecer. Raoul Hausmann criou uma escultura dadaísta, “A cabeça mecânica”, e eu olhei para ela e para Hausmann e vi nele a cabeça mecânica. Aumentar a cabeça de Hausmann é irmaná-lo com a sua criação. Criador e criação, espelho e reflexo. Contactado Blixa Bargeld, vocalista da banda de rock industrial “Einsturzende Neubaten”, autor de uma música que se ligava à ideia de homenagear a corrente dadaísta, obtive permissão para incluir no meu quadro a letra de “Let´s do it a dada”. De seguida, contactei Philip Hartmann, autor da fotografia de Blixa Bargeld exposta, com dois dedos apontando para a sua cabeça, que me permitiu a colagem da sua fotografia de Blixa Bargeld ( Bargeld é um nome escolhido pelo próprio para homenagear Johannes Theodor Baargeld, autor dadaísta). Ainda faltava ligar o número 22, presente na escultura. Na tabela periódica, 22 é o número do símbolo químico titânio (Ti), um elemento de transição. Da cabeça, das ideias surgem os movimentos que servirão de ponte para a realização de outras manifestações lindas.

2. “O Presidente da Agência de Suicídio”




Autor: ARNALDO MACEDO



"O Presidente da Agência de Suicídio"
Para Todas as Queridas Ovelhas, que gostam de emprenhar pelos ouvidos, com Cérebros de Parasitas, e Bocas cheias de Excrementos…
Hoje está um Dia tão lindo para Morrer!!!
Recomendo:
AGÊNCIA DE SUICÍDIO
Sociedade reconhecida de utilidade pública
Capital: 5.000 de Euros
Sede social: Rua Da Saudade N:69. Localização: A 10 Km Dos Colhões de Portugal.

Graças a dispositivos modernos, a AGÊNCIA DE SUICÍDIO tem o prazer de anunciar aos seus clientes que se encontra habilitada a garantir-lhes uma MORTE CERTA e IMEDIATA, o que não deixará de seduzir quem se afastou do suicídio com medo de "falhar". Foi pensando na eliminação dos desesperados, elemento de contaminação temível numa sociedade, que o SR. PRIMEIRO-MINISTRO dignou-se honrar o nosso Estabelecimento com a sua presidência honorífica.
Por outro lado, a A.S. proporciona, finalmente, um modo minimamente correcto de abandonar a Vida, pois a Morte é a única fraqueza que não permite Falhar......

TARIFAS:
Veneno......................................... 100 Euros
Morte perfumada - (taxa de luxo incluída) ..... 300 Euros
Enforcamento - (Suicídio para pobres) ........... 25 Euros
Morte á facada – (Com limpeza do sangue)....150 Euros

Nota: — Tendo o nosso estabelecimento garantia de Bom serviço, recomenda-se que seja pago antes do acto. Pois não é provado que o falecido pague a conta depois de falecer... Esta empresa tem em projecto para futuro, (Morte de Revolver e Electrocussão)...

Continuem com a vossa Imbecilidade….Adoro-vos

@Arnaldo Macedo  

1. “Opção certa"

Acrílico sobre tela, raspagem, colagem de papel e cápsula/ 30x40cm

Autor: KAISER


"Opção certa"

Esta é a opção certa, sem dúvida. Braços e punhos amarrados, boca tapada são símbolos com diversos significados que podes encontrar. Disparou e saiu uma irreal bala negra cuspindo encarnado vivo. Não penses que a imagem é só de uma mulher, pois, na verdade, é a imagem de uma ideia. Dispara, liberta o conceito e liberta-te. 

"MANIFESTO" de Arnaldo Macedo e Kaiser

"O anartista tem parecenças com o acéfalo, o anormal e o anarquista" ...